Ao longo do curso de Finanças Públicas, entendemos a importância da atividade financeira do Estado nas economias modernas, inclusive existem ressalvas às atitudes de elevação dos gastos públicos de forma indiscriminada. Isso porque a elevação dos gastos, sem contrapartida nas receitas, impacta em um resultado primário negativo, o que, por sua vez, impacta em elevação da dívida pública. Esses gastos podem, até mesmo, ser relacionados com a previdência social quando não há uma boa relação entre receitas e despesas no sistema.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Qualquer dívida ocorre quando algum agente econômico (famílias, empresas, governo) recebe determinada quantidade de dinheiro, assumindo o compromisso de devolver esse dinheiro em determinado prazo, seja o montante inteiro, seja em parcelas ao longo desse período. Por essa lógica, a dívida pública se refere à dívida do governo que assume um conjunto de compromissos pelo Estado com terceiros; em outras palavras, são os compromissos assumidos pelo setor público decorrentes das operações de crédito para atendimento das necessidades públicas (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
Cabe ressaltar que existem diferentes conceitos em relação à dívida pública contraída, como é o caso da dívida flutuante, fundada ou consolidada. A dívida flutuante está relacionada com o curto prazo, sendo contraída pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em um prazo não superior a 12 meses, quer como administrador de terceiros, confiados à sua guarda ou para atender as necessidades momentâneas de caixa (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
Já a dívida fundada tem prazo superior a 12 meses, sendo resultado das operações de crédito para atender a um desequilíbrio orçamentário, financiamento de investimentos ou programas sociais. Para a sua contratação, é necessária autorização legislativa específica, salvo no caso de empréstimos a fundo perdido, com sua contração ocorrendo por meio de contratos ou emissão de títulos públicos (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
Por fim, a dívida consolidada é toda e qualquer obrigação contraída pelo governo na medida em que precisa de financiamentos ou empréstimos. Para tanto, devem ser elaborados contratos, emissão ou aceite de títulos ou concessão de garantias, desde que represente um compromisso assumido em um exercício para resgate em exercício subsequente (mais de 12 meses). Desse modo, a dívida consolidada é resultante de operação de crédito realizada em longo e médio prazos, com o seu pagamento sendo feito em outro exercício financeiro que não o contratado (CREPALDI; CREPALDI, 2013).
Discurso do Conselheiro Saraiva na Câmara de Deputados, em 1860, utilizado como epígrafe por Celso Lafer no seu estudo sobre o Programa de Metas de Juscelino Kubitschek:
“Por mais que me custe expor-me a ser tido por homem de pouco juízo, eu não hesitaria em alistar-me no número de loucos que nutrem a grande e generosa ambição de ver o país cortado por caminhos, por vias férreas, por canais, embora tudo isso nos desequilíbrasse o orçamento e nos fizesse dever dezenas de milhares de contos de réis… Quero pertencer à escola dos loucos, porque tenho a certeza de que a dos prudentes nada fará senão trazer o expediente em dia” (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016, p. 231).
Uma complicação da dívida pública é o horizonte temporal político, pois, em determinados momentos, o político pode não realizar uma contenção dos gastos públicos (ajuste fiscal) para não beneficiar um possível sucessor de outro partido, visto que este poderia expandir os gastos em decorrência da contenção passada. Nesse contexto, o horizonte de tempo relevante é o de permanência no cargo, no entanto cabe ressaltar que existem restrições para o aumento contínuo do déficit público (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
Quadro 1 - Restrições sobre o financiamento da dívida pública
Fonte: Giambiagi e Além (2016, p. 232).
Segundo o site do Fundo Monetário Internacional (FMI), a definição sobre a dívida bruta é de todos os passivos que exigem pagamento futuro de juros e/ou principal pelo devedor ao credor. Isso inclui obrigações de dívida na forma de direitos de saque especiais, moeda e depósitos; títulos de dívida; empréstimos; seguros, pensões e esquemas padronizados de garantia; e outras contas a pagar. No site do FMI, o termo dívida pública é usado no monitor fiscal para simplificar como sinônimo de dívida bruta do governo geral, a menos que especificado de outra forma (FMI, 2019).
Na Figura 1, é possível verificar o nível da dívida bruta em relação ao PIB de praticamente todos os países do planeta, com exceção dos países de cor cinza. Os diferentes tipos de cores facilitam a visualização gráfica da figura, assim, quanto mais escura for a cor, maior será o nível da dívida bruta em relação ao PIB do país, sendo a cor verde com o menor nível de dívida em % do PIB, isto é, menor do que 25%.
Ainda em relação às cores da Figura 1, na sequência, a cor amarela apresenta países com dívida em % do PIB no patamar entre 25 e 50%. A seguir, a cor laranja apresenta os países com dívida em % do PIB entre 50 e 75%. Agora, a cor rosa apresenta os países com dívida em % do PIB acima de 75%, mas abaixo de 100%. Por fim, a cor vermelha apresenta a dívida em % do PIB dos países que estão em patamares superiores a 100%.
Ao longo dos estudos sobre as finanças públicas, são analisados diversos fatores que envolvem o ambiente ligado ao setor público, inclusive a importância de um orçamento equilibrado para auxiliar no controle das finanças públicas e a execução orçamentária e financeira. Normalmente, a irresponsabilidade fiscal acaba impactando em rápidas elevações da dívida pública na medida em que se perde o controle sobre as finanças públicas. Aliás, o controle também auxilia na manutenção de uma política consistente ao impedir que medidas populistas de curto prazo se tornam uma constante entre os governantes.
Apesar de o equilíbrio ser visto de forma importante nas finanças públicas, o governo pode atuar em momentos de baixa do ciclo econômico para estabilizar a economia ou nos períodos de pleno emprego. No governo, mesmo com o equilíbrio sendo defendido pela maior parte dos economistas, fazendo com que o Estado restringe o seu consumo e os seus investimentos, ainda é razoável pensar que, do ponto de vista conjuntural, o déficit pode ser justificável se decorre de despesas para a remoção dos pontos de estrangulamento oriundos da precariedade da rede de serviços públicos (BALEEIRO, 2015).
“Se a produção não se pode expandir por deficiência de energia elétrica, vetustez da frota mercante, ou de sistema ferroviário, falta de portos equipados etc. não parece condenável o déficit que se originou das despesas imprescindíveis à eliminação desses nós de estrangulamento que impedem o desenvolvimento harmonioso da economia nacional” (BALEEIRO, 2015, p. 542).
No Brasil, durante a década de 1980, uma política conhecida como senhoriagem foi utilizada para que a relação dívida pública em % do PIB não subisse de forma demasiada. Assim, durante o início da década de 1990, o país tinha uma dívida pública próxima ao do início da década de 1980, mesmo essa década sendo de grande instabilidade econômica e seguida de déficits públicos (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
Senhoriagem é a receita que o governo ganha ou aumenta a emissão de moeda na economia com o objetivo de financiar parte ou a totalidade do déficit público e, assim, ser possível continuar com as suas operações (gastos do governo).
Na Figura 2, apresenta-se a senhoriagem real que corresponde ao fluxo nominal de emissão de base monetária durante o ano (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016). Já a Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP), no conceito operacional, é o resultado nominal excluindo a parcela referente à atualização monetária da dívida líquida.
Na Figura 2, é possível verificar que, durante a década de 1980, o déficit público tende a ser maior do que a senhoriagem real, enquanto, durante o início da década de 1990, a tendência acaba sendo revertida com a senhoriagem sendo maior que a NFSP. A partir de 1995, a tendência é revertida novamente, com a senhoriagem ficando menor do que o déficit público brasileiro (NFSP). Enquanto a NFSP é maior que a senhoriagem, a dívida pública acaba crescendo; por outro lado, quando a senhoriagem supera a NFSP, a dívida pública apresenta tendência de queda (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
Outro ponto que influenciou a diminuição do déficit público foi a própria queda da NFSP durante o início da década de 1990 em relação à segunda metade da década de 1980. No tocante à segunda metade da década de 1990, a receita de senhoriagem caiu drasticamente devido à implementação, com sucesso, do Plano Real de estabilização inflacionária, fazendo com que a inflação sofresse uma drástica queda (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
Agora, analisaremos a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e a Dívida Bruta do Governo-Geral (DBGG). A primeira, uma das variáveis mais citadas pelos analistas de finanças públicas, refere-se à dívida do setor público não financeiro e do Banco Central, excluídos os respectivos créditos, ou seja, as dívidas dos bancos públicos não são contabilizadas, somente os ativos e passivos financeiros do Banco Central (LIMA, 2015).
Lima (2015) elucida que a DBGG concerne aos débitos do Governo Federal, Estadual e Municipal com outros agentes econômicos. Outra questão importante de ressaltar, segundo Lima (2015, p. 239), é que: “o conceito de ‘Governo-Geral’ é menos abrangente do que o de ‘Setor Público. No Governo-Geral, não se incluem as atividades empresariais do governo nem a base monetária’’.
“Assim, a dívida líquida do setor público inclui a dívida do Governo Federal, dos estados, dos municípios, das empresas estatais (com exceção da Petrobras e da Eletrobras) e a base monetária” (LIMA, 2015, p. 239).
Na Figura 3, é possível analisar três diferentes conceitos sobre a dívida pública do Brasil durante os últimos anos: I) a dívida bruta do governo geral (DBGG); II) a dívida líquida do setor público (DLSP); III) a dívida líquida do governo geral (DLGG). A DBGG até 2009 ficou próxima dos 60% do PIB, apresentando consecutivas quedas até chegar em um patamar próximo de 50% no final de 2013, assim se mantendo entre 50 e 60% durante esse período (2006-2013). Já no período recente (após 2013), a DBGG passou a ter uma trajetória de crescimento em consequência da crise política econômica que o país passou, passando rapidamente dos 60% já no início de 2015 e, no final de 2018, encontrava-se próxima dos 80%.
Note, caro(a) estudante, que a DLSP e a DLGG apresentaram uma trajetória de queda entre 2006 e 2013 de forma mais forte que a DBGG, saindo de um patamar próximo de 50% do PIB em 2006 para, aproximadamente, 30% do PIB em 2013, inclusive se mantendo estabilizada até o início de 2015, quando também passou para uma trajetória de elevação da dívida pública decorrente do mesmo motivo que a DBGG. No ano de 2018, as dívidas líquidas já chegaram próximas do patamar de 60% do PIB.
Um dos grandes motivos que contribuiu para que a dívida pública líquida tivesse uma queda acentuada durante o período analisado foi a política de acumulação de reservas internacionais do Brasil durante a década de 2000. Com isso, o país passou a ter uma quantidade elevada de dólares, como o crédito do Banco Central que pode ser abatido da dívida líquida. Apesar de a dívida líquida do país não estar em um patamar extremamente alto, cabe ressaltar que a trajetória de crescimento dos últimos anos é de bastante preocupação, necessitando a volta do crescimento econômico e do superávit primário para a retomada de uma trajetória declinante da dívida pública.
Entre o final da década de 1990 e 2000, não conseguimos os dados para analisar devido à mudança na metodologia que ocorreu em 2008 na contabilidade da dívida pública. No entanto, utilizando a metodologia anterior, a dívida líquida pública em % do PIB se manteve em torno de 50% após 2003 e a dívida bruta do setor público consolidado em torno de 70%, como é possível verificar na figura a seguir.
Caro(a) estudante, ao longo da seção anterior, foi trabalhada a dinâmica da dívida pública do país, trabalhando diferentes conceitos relacionados à dinâmica da dívida pública. Um problema que ainda não foi abordado é a questão dos gastos dos estados brasileiros e o seu impacto sobre a dívida pública. Isso porque o descontrole dos gastos dos governos estaduais do país acaba por impactar na dívida pública do governo federal, prejudicando a sociedade brasileira de maneira geral.
Nesse contexto, o país, nos últimos anos, começou o debate sobre a possibilidade de dificultar o endividamento indiscriminado dos estados em decorrência da crise econômica que o país passou e a sua consequente limitação de gastos públicos ao longo do tempo. Assim, em 14 de agosto de 2018, saiu a Portaria nº 569 que estabeleceu regras em relação aos termos, da periodicidade e dos sistemas relativos ao encaminhamento das informações por Estados, Distrito Federal e Municípios para a constituição do registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa (BRASIL, 2018).
Ademais, no mesmo ano, outras medidas foram tomadas para melhorar a relação de controle dos gastos públicos referentes aos estados brasileiros por meio da Portaria nº 881, de 18 de dezembro de 2018, que foi responsável por regulamentar o limite a contratar operações de crédito para o Estado, Distrito Federal ou Município de capital signatário do Programa de Reestruturação e de Ajuste Fiscal ou Programa de Acompanhamento Fiscal, de que tratam a Lei nº 9.496, de 11 de setembro de 1997, e a Lei Complementar nº 148, de 25 de novembro de 2014, respectivamente (BRASIL, 2018).
Caro(a) estudante, as modificações fiscais recentes que a economia brasileira passou foram importantes para limitar a capacidade de gastos públicos por parte dos estados brasileiros. Desse modo, para maiores informações sobre as modificações que o país passou, consulte as duas portarias trabalhadas nesta seção.
A Portaria nº 569/2018 está disponível no seguinte link: <http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/36847569/do1-2018-08-15-portaria-n-569-de-14-de-agosto-de-2018-36847561>. Acesso em: 27 abr. 2019.
Já a Portaria nº 881/2018 está disponível no seguinte link: <http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/36847569/do1-2018-08-15-portaria-n-569-de-14-de-agosto-de-2018-36847561>. Acesso em: 27 abr. 2019.
A previdência social é um assunto bastante complexo e que está em voga atualmente no debate público brasileiro em decorrência do crescimento do número e valor das aposentadorias nas últimas décadas, impactando sobre o equilíbrio das receitas públicas. Nessa perspectiva, a previdência social tem impacto direto sobre as finanças públicas do país na medida em que representa o desembolso que o setor público deve fazer mensalmente para os diversos agentes econômicos já aposentados da sociedade brasileira.
O debate sobre a previdência social tende a resvalar rapidamente para o terreno emocional, o que é um dos motivos pelos quais reformas previdenciárias, em qualquer país do mundo, tendem a ser debatidas durante anos, antes de poderem ser aprovadas. No Brasil, o problema é agravado pelo fato de que as regras de aposentadoria são mais benevolentes do que em outros países, o que tende a fazer com que a reação das partes contrariadas seja mais intensa
(GIAMBIAGI; ALÉM, 2016, p. 296).
O Brasil já passou por diferentes debates sobre a previdência ao longo de sua história, inclusive o marco legal regulamentador da previdência, proporcionando o seu surgimento, que ocorreu com a Lei Eloy Chaves de 1923. Já na década de 1960, a Lei orgânica da previdência social proporcionou, após um longo debate, a uniformização das contribuições e os planos de previdência dos diversos institutos. Ainda na década de 1960, foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966-1967. Na década seguinte, foi criado o Ministério de Previdência e Assistência Social em 1974 (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
“A criação desse ministério foi um novo marco na evolução da previdência social brasileira. Nesse contexto, em 1977, o INPS foi desmembrado em três órgãos: o INPS propriamente dito, com a responsabilidade exclusiva de arcar com o pagamento dos benefícios previdenciários e assistenciais; o Instituto de Administração de Previdência e Assistência Social (IAPAS), destinado a administrar e recolher os recursos do INPS; e o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência social (INAMPS), criado com o fim de administrar o sistema de saúde. Ao mesmo tempo, a assistência, especificamente, às populações carentes, ficou com a Legião Brasileira de Assistências (LBA)” (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016, p. 298).
No Brasil, dois sistemas já foram utilizados para a previdência: a capitalização e a repartição simples. O regime de capitalização, utilizado na origem da previdência, está relacionado com a construção individual de cada aposentadoria, isto é, serve como uma poupança para o trabalhador após se aposentar. Já o regime de repartição simples trabalha com a ideia de que as aposentadorias dos inativos são financiadas pela contribuição dos trabalhadores ativos (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 optou pelo regime de repartição simples, considerado um sistema mais solidário de contribuição, visto que a própria Constituição brasileira foi construída com uma ideia subjacente de muitos direitos e poucos deveres. Nessa linha, Giambiagi e Além (2016, p. 300) ponderam: “De um modo geral, foi uma carta magna escrita com a preocupação muito mais de assegurar o acesso de diferentes grupos e categorias aos recursos transferidos pelo governo, do que de viabilizar as fontes de financiamento [...]”.
Como as modificações propostas pela Constituição foram benevolentes, mas, ao mesmo tempo, não procuraram uma forma de viabilizar o financiamento por meio de condições de crescimento que permitissem manter a previdência saudável, isso acabou por impactar na viabilidade de longo prazo. Do ponto de vista social, foi de extrema importância trazer maiores grupos de pessoas, que encontravam-se a margem do sistema (como é o caso dos trabalhadores rurais), para a contribuição, no entanto, faltou maior planejamento econômico para a viabilidade do projeto (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
As modificações na previdência proporcionaram problemas no Regime Geral da Previdência Social (RGPS), tais como: I) questão de incentivos (incentivos para buscar condições favorecidas para se aposentar, por determinados grupos); II) queda na relação entre contribuintes e inativos (impactando na viabilidade do sistema de repartição simples); dentre outros fatores, como é o caso de se aposentar por tempo de contribuição. Já em relação à aposentadoria pública, ocorrem privilégios no setor público, como é o caso de: I) possibilidade de aumento na remuneração da aposentadoria; II) pensões para filhas solteiras de militares; III) aposentadoria com base no último salário, não sendo limitado por um teto, como no setor privado (GIAMBIAGI; ALÉM, 2016).
Caro(a) estudante, agora que entendemos o funcionamento da Previdência Social no Brasil e a sua formação pautada no princípio da solidariedade por meio da repartição simples que os trabalhadores atuais pagam a aposentadoria dos trabalhadores inativos, conheceremos, nesse momento, alguns dados sobre a previdência social no país a partir do Boletim Estatístico da Previdência Social.
Segunda o Boletim Estatístico da Previdência Social de março de 2019, o saldo previdenciário ou arrecadação líquida do benefício previdenciário acumulado em 12 meses foi negativo em 197.365.846 mil reais, sendo somente no mês de março de 2019 o saldo negativo em 22.597.126 mil reais. Assim, observe, a seguir, a Figura 5.
A Figura 5 apresenta os dados mensais dos valores concedidos aos benefícios da previdência social no Brasil entre os anos de 2018 e 2019, iniciando-se em abril de 2018 até março de 2019 (exceção para fevereiro de 2019 que não possui dados). Além disso, a figura apresenta os dados desagregados entre a previdência urbana e rural. No acumulado do ano de 2018, a quantidade de benefícios concedidos para o setor urbano foi de 4.268.557 e, no rural, de 855.220, que representaram um valor de R$ 6.246.594.198 e R$ 815.868.522, respectivamente.
Para facilitar o entendimento, a Figura 6, a seguir, apresenta os dados relativos à quantidade dos benefícios concedidos entre 2018 e 2019; agora, podemos analisar, também, a quantidade dos benefícios concedidos.
A quantidade dos benefícios concedidos, expostos na Figura 6, servem para respaldar o valor dos benefícios concedidos entre 2018 e 2019, apresentados na Figura 5. Agora, analisaremos a evolução dos benefícios concedidos ao longo dos últimos anos por meio da quantidade total de benefícios fornecida no Boletim Estatístico da Previdência Social de março de 2019. Desse modo, a Figura 7, a seguir, apresenta os dados relativos aos anos de 2006 e 2018.
Na Figura 7, é possível notar que existe uma tendência alta na quantidade dos benefícios concedidos desde 2006, no entanto com uma estabilidade nos últimos anos analisada na casa dos 5 milhões de benefícios concedidos após 2014 e uma queda maior no ano de 2015, que ficou próxima dos 4 milhões de benefícios concedidos.
Caro(a) estudante, como se pode notar, a quantidade de benefícios concedidos e os seus valores são altos demandando uma grande logística para que o serviço seja feito de maneira eficiente e correta. Assim, a Figura 8, a seguir, apresenta dados recentes sobre o tempo médio de concessão do benefício previdenciário para cada estado brasileiro.
Na Figura 8, é possível verificar que existe uma bastante diferença no tempo para a concessão do benefício previdêncio, enquanto, em Goiás, o tempo médio é de 45 dias; já o Piauí, o Maranhão e o Pará possuem um tempo médio superior a 100 dias. Vê-se que a maior parte dos estados brasileiros possui um tempo médio entre 50 e 90 dias. Atenção, caros(as) estudantes: o Boletim Estatístico da Previdência Social possui diversos dados detalhados sobre esse importante tema para a economia brasileira. Nesse contexto, para mais informações, basta procurar por mais dados no site da própria Previdência Social e no boletim apresentado nesta seção.
Por meio do site da Previdência Social, é possível analisar diversos dados sobre o tema, inclusive para entender o porquê das propostas que estão em vigor atualmente no debate econômico sobre a previdência social. O link está disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/dados-abertos-previdencia-social/>. Acesso em: 01 mai. 2019.
Quando o setor público não consegue manter um equilíbrio duradouro no seu orçamento, acaba por impactar na dívida pública do país. Assim, em relação aos conceitos sobre a dívida pública, analise as asserções a seguir e a possível relação existente entre elas.
I. A dívida pública consolidada está relacionada ao médio e longo prazo, passando de 12 meses da sua contratação.
II. A dívida pública flutuante apresenta a sua contratação de curto prazo, para cobrir insuficiências momentâneas de caixa.
Agora, assinale a alternativa correta.
A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição verdadeira, visto que a dívida pública consolidada tem o horizonte temporal do médio e longo prazo, isto é, passando dos 12 meses. Isso porque a contração da dívida pública ocorre no exercício financeiro presente, mas somente é paga nos próximos exercícios financeiros. A asserção II é uma proposição verdadeira, porque são conceitos diferentes da dívida pública, ambos corretos, visto que a dívida pública flutuante tem o período de 12 meses (o mesmo do exercício financeiro), servindo para cobrir despesas de prazos curtos e falta de caixa para determinados pagamentos.
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira, visto que a dívida pública consolidada tem o horizonte temporal do médio e longo prazo, isto é, passando dos 12 meses. Isso porque a contração da dívida pública ocorre no exercício financeiro presente, mas somente é paga nos próximos exercícios financeiros. A asserção II é uma proposição verdadeira, porque são conceitos diferentes da dívida pública, ambos corretos, visto que a dívida pública flutuante tem o período de 12 meses (o mesmo do exercício financeiro), servindo para cobrir despesas de prazos curtos e falta de caixa para determinados pagamentos.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira, visto que a dívida pública consolidada tem o horizonte temporal do médio e longo prazo, isto é, passando dos 12 meses. Isso porque a contração da dívida pública ocorre no exercício financeiro presente, mas somente é paga nos próximos exercícios financeiros. A asserção II é uma proposição verdadeira, mas não justifica a primeira, visto que são conceitos diferentes da dívida pública, ambos corretos, já que a dívida pública flutuante tem o período de 12 meses (o mesmo do exercício financeiro), servindo para cobrir despesas de prazos curtos e falta de caixa para determinados pagamentos.
A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, uma vez que a dívida pública consolidada tem o horizonte temporal do médio e longo prazo, isto é, passando dos 12 meses. Isso porque a contração da dívida pública ocorre no exercício financeiro presente, mas somente é paga nos próximos exercícios financeiros. A asserção II é uma proposição verdadeira, pois são conceitos diferentes da dívida pública, ambos corretos, visto que a dívida pública flutuante tem o período de 12 meses (o mesmo do exercício financeiro), servindo para cobrir despesas de prazos curtos e falta de caixa para determinados pagamentos.
As asserções I e II são proposições falsas.
A asserção I é uma proposição verdadeira, visto que a dívida pública consolidada tem o horizonte temporal do médio e longo prazo, isto é, passando dos 12 meses. Isso porque a contração da dívida pública ocorre no exercício financeiro presente, mas somente é paga nos próximos exercícios financeiros. A asserção II é uma proposição verdadeira, porque são conceitos diferentes da dívida pública, ambos corretos, visto que a dívida pública flutuante tem o período de 12 meses (o mesmo do exercício financeiro), servindo para cobrir despesas de prazos curtos e falta de caixa para determinados pagamentos.
Em decorrência da própria complexidade, a dívida pública é analisada por diferentes conceitos para entender o funcionamento da atividade financeira do setor público ao longo do tempo. Assim, considerando o texto-base, analise as asserções a seguir e a possível relação existente entre elas.
I. A dívida pública aumenta quando as receitas do setor público são maiores do que as despesas durante o exercício financeiro.
II. A Dívida líquida do setor público é a dívida do setor público não financeiro e do Banco Central, excluídos os respectivos créditos.
Agora, assinale a alternativa correta.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
A asserção I é uma proposição falsa, isso porque o aumento das receitas do setor público impacta na diminuição do déficit público, diminuindo o peso da dívida pública. A asserção II é uma proposição verdadeira, mas não justifica a primeira, visto que a DLSP apresenta a dívida do setor público não financeiro, incluindo o Banco Central; assim, as reservas internacionais são computadas como crédito, diminuindo o valor da dívida pública.
A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
A asserção I é uma proposição falsa, isso porque o aumento das receitas do setor público impacta na diminuição do déficit público, diminuindo o peso da dívida pública. A asserção II é uma proposição verdadeira, visto que a DLSP apresenta a dívida do setor público não financeiro, incluindo o Banco Central; assim, as reservas internacionais são computadas como crédito, diminuindo o valor da dívida pública.
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
A asserção I é uma proposição falsa, isso porque o aumento das receitas do setor público impacta na diminuição do déficit público, diminuindo o peso da dívida pública. A asserção II é uma proposição verdadeira, visto que a DLSP apresenta a dívida do setor público não financeiro, incluindo o Banco Central; assim, as reservas internacionais são computadas como crédito, diminuindo o valor da dívida pública.
A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, isso porque o aumento das receitas do setor público impacta na diminuição do déficit público, diminuindo o peso da dívida pública. A asserção II é uma proposição verdadeira, visto que a DLSP apresenta a dívida do setor público não financeiro, incluindo o Banco Central; assim, as reservas internacionais são computadas como crédito, diminuindo o valor da dívida pública.
As asserções I e II são proposições falsas.
A asserção I é uma proposição falsa, isso porque o aumento das receitas do setor público impacta na diminuição do déficit público, diminuindo o peso da dívida pública. A asserção II é uma proposição verdadeira, visto que a DLSP apresenta a dívida do setor público não financeiro, incluindo o Banco Central; assim, as reservas internacionais são computadas como crédito, diminuindo o valor da dívida pública.
Por meio de nossa análise sobre a dívida pública brasileira ao longo das últimas décadas, vimos que épocas com tendências de queda e alta foram apresentadas. A partir da década de 2000, o país passou a manter uma política ativa de acumulação de reservas internacionais, o que permitiu uma diminuição mais drástica da dívida líquida; no entanto, no período recente, a trajetória da dívida se tornou ascendente e de uma maneira elevada, assim é necessário ter cuidado sobre a trajetória da dívida pública.
Além disso, analisamos a formação da previdência social e como ela foi concebida a partir da Constituição Federal de 1988 por meio da repartição simples, com a inclusão de diversos agentes econômicos para a proteção social, contudo sem maiores estudos sobre a viabilidade financeira a partir da criação de receitas para a sustentabilidade da previdência social.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
Como atividades complementares, procure aprimorar os seus conhecimentos em relação aos dados da previdência social, consultando o site do Ministério da Previdência Social. Nesse site, é possível encontrar diversas informações sobre o tema, tais como: I) benefícios; II) acordos internacionais; III) serviços previdenciários; IV) acidentes de trabalho; V) contribuição; VI) arrecadação; VII) fiscalização; VIII) finanças; dentre diversos outros temas. Assim, é possível responder às diferentes perguntas sobre a previdência, como é o caso de sua viabilidade, de sua arrecadação financeira, de seus gastos ao longo do tempo, dentre outras. O link está disponível em: <http: www3.dataprev.gov.br="" infologo="">. Acesso em: 27 abr. 2019.</http:>
Na administração da economia ao longo do tempo, é necessário que as políticas econômicas tenham consistência e eficácia para que o saldo de uma intervenção do governo na economia seja positiva, melhorando as expectativas, produto e emprego no país em determinado período. Políticas econômicas equivocadas de aumento dos gastos públicos, por exemplo, podem impactar somente no aumento da dívida pública decorrente do aumento do déficit primário do país.
Esse problema foi justamente o que ocorreu com o Brasil durante a década de 2010, em que algumas medidas equivocadas ou fora de tempo dos políticos acabaram impactando no aumento do déficit público que, por consequência, aumentou o nível da dívida pública. Desde 2014, o resultado primário passou para um déficit primário nas contas públicas do governo, inclusive, no ano de 2018, o valor foi de mais de R$ 100 bilhões.
Ao longo da unidade, trabalhamos com as finanças públicas, como a atividade financeira do Estado, partindo para uma análise sobre como ocorre a execução financeira do planejamento orçamentário do Brasil. Desse modo, entendemos que a execução financeira trabalha com o planejamento para a execução da LOA, seguindo um cronograma e movimento ao longo do exercício.
Desse modo, o governo paga por diversas despesas ao longo do tempo, incluindo a previdência pública, como é apresentado na figura a seguir. Além disso, diversos outros itens são pagos (execução financeira), como é o caso das despesas com pessoal, custeio e investimentos. No caso da Figura 1, os dois componentes com maior peso nas despesas da União são a previdência social (RGPS) e os gastos com pessoal. Aqui, cabe ressaltar que o aumento das despesas, se não for acompanhado de crescimento das receitas, acaba impactando no crescimento da dívida pública do país.
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